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"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"

sábado, 10 de março de 2012

Sinalização

4-8. INTRODUÇÃO O que mais interessa a um sobrevivente ou grupo de sobreviventes é ser encontrado, quer por socorro terrestre ou fluvial, quer por socorro aéreo. Portanto, se for utilizado um processo qualquer para sinalização, poderá haver possibilidades amplas de sucesso, desde que esse processo seja o mais adequado para a ocasião ou situação.

4-9. PROCEDIMENTO GERAL

a. Se o grupo for composto por indivíduos, militares ou civis, que partiram de uma base de operações para o cumprimento de uma missão na selva, via terrestre ou fluvial, será natural que conduzam consigo os meios materiais necessários ao bom desempenho da missão. Nesse caso, se perdidos e tendo de sobreviver até serem encontrados, o problema não se revestirá de perspectivas sombrias, pois o escalão superior saberá o que estão fazendo e onde poderão estar. Haverá, portanto, uma base segura para a partida do socorro. Em matéria de sinalização, por outro lado, um código já teria sido estabelecido entre eles, restando, portanto, pô-lo em execução.

b. Os processos mais simples e comuns serão: por apito, por tiro (2 tiros já é o convencional entre caçadores e militares da AMAZÔNIA), por batidas em sapopemas (as grandes raízes), ou qualquer outro à base da acústica, uma vez que os visuais surtirão pouco efeito por causa da vegetação, e as fogueiras e lanternas, mesmo à noite, serão percebidas só de muito perto, quando os acústicos já surtiram efeito.

c. A fumaça, produzida por queima de vegetais e outros materiais disponíveis (pneus, borracha, etc), poderá ser vista à distância por indivíduos embarcados em aeronaves. Contudo se a fumaça for clara poderá ser confundida com a névoa que é comum nas primeiras horas da manhã na AMAZÔNIA.

d. Se o elemento decidir, por sua vez, tentar a navegação não deverá esquecer de ir balizando o percurso; para isto, além de sinalizar por meios acústicos a espaços de tempo regulares irá assinalando sua passagem pela quebra de pequenos galhos, de marcas nas árvores, de objetos ou parte deles deixados pendurados, etc.

4-10. DESASTRE AÉREO

a. Se a necessidade de sobreviver for decorrente de um desastre de aviação na selva, as condições que cercarão os sobreviventes serão possivelmente diferentes. Mortos e feridos, alguns destes sem condições de locomoverse, servirão para agravar o problema. Se a aeronave não se incendiar, ainda que toda destruída, provavelmente fornecerá muitos meios a serem utilizados pelos que se salvarem, particularmente alimentos, medicamentos, bússola, armas, ferramentas, espelhos, cordas, fios elétricos etc, tudo isto será alentador, mesmo diante do provável quadro adverso. Restará saber aproveitar o que for possível, porquanto, ainda que tenha havido incêndio, alguma coisa restará que possa ser utilizada.

b. Será óbvio que a aeronave decolou de algum lugar e com um destino conhecido; a dúvida ficará no quando e onde se deu o acidente. Portanto, a base de partida para as buscas, quer seja a inicial, quer outras suplementares montadas como auxiliares, serão os processos peculiares de busca e salvamento; e, enquanto isto estiver ocorrendo, os que se salvaram terão de lutar para sobreviver. Seus pensamentos e esperanças serão conduzidos para o socorro, e este, em casos semelhantes, apresentar-se-á, vindo pelos ares, na grande maioria das vezes. Mas será preciso cooperar, mesmo em situação precária. Será aí, então, o momento em que a sinalização de terra para o ar representará papel preponderante.

c. De início, não se deverá abandonar as imediações do local da queda do avião; primeiro, pela fonte de recursos que o aparelho poderá representar; segundo, porque geralmente a ação da queda destrói a vegetação, abrindo uma clareira, o que poderá ser uma ótima referência para quem sobrevoa a área; terceiro, porque o próprio aparelho poderá servir de abrigo, particularmente contra a chuva; e quarto, porque: “ir para onde?”. É mais fácil localizar do ar os destroços da aeronave do que um grupo de homens no interior de selva.

d. O máximo que se poderá tentar, no caso de decidido um deslocamento, será a busca de uma clareira, um lago, ou um curso de água, locais que facilitarão a sinalização terra-ar; ainda assim, a tentativa deverá revestir-se de todas as medidas de segurança possíveis, com a preocupação sempre presente de que esses locais deverão estar a céu aberto, porquanto avistar, do ar, um homem ou um grupo perdido na floresta, mesmo sinalizando, será tarefa dificílima.

e. Atualmente, muitas aeronaves possuem transmissores localizadores de emergência que foram desenvolvidos para auxiliar a localização daquelas em caso de acidentes. Um dos sistemas - NARCO ELT -10 - emite sinais por sete dias nas freqüências alerta internacional 121,5 MHz e 243,0 MHz e cobertura mundial na freqüência 406 MHz. Normalmente é localizado na altura da cabeça do co-piloto e parece com um pequeno transmissor portátil. Seu sinal somente será ouvido no local se o receptor da aeronave estiver funcionando, porém será captado por satélite que o devolverá à estação terrestre do INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, em CACHOEIRA PAULISTA-SP, com informações das prováveis coordenadas do local emissor do sinal, bem como poderá ser captado pelas aeronaves de busca.

4-11. PROCESSOS DE SINALIZAÇÃO De terra para o ar a sinalização terá de ser visual. Vários são os recursos dos quais se poderá lançar mão para sinalizar. Alguns serão apresentados a seguir:

a. Fumaça

(1) A fumaça só será usada durante o dia. De nada adiantará fazer fumaça sob o copado fechado; primeiro, porque ela não vencerá a altura desse copado, e segundo, porque, mesmo que o vença, será facilmente confundida com a fumaça ou nevoeiro que comumente existe na floresta, em conseqüência da evaporação das águas.

(2) As fumaças nas cores amarela ou vermelha serão as mais visíveis, mas dependerão da existência de artifícios pirotécnicos para produzi-las, os quais só deverão ser empregados quando se avistar ou ouvir o ruído de aeronaves. A fumaça branca poderá ser obtida de uma fogueira, na qual, serão lançadas folhas e ramos verdes, limo das árvores ou simplesmente salpicando água; a fumaça preta resultará da queima de óleo, borracha, estopa embebida em óleo, materiais que poderão ser obtidos, se for o caso, no avião acidentado.

b. Chama - A chama, quer das fogueiras, quer obtida pela queima de materiais fosfóricos, será o recurso para sinalizar durante a noite. Apesar de, normalmente, as buscas se efetuarem à luz do dia, poderá acontecer que qualquer outra aeronave passe pelo local e observe o sinal.

d. Espelhos - Na falta de outros meios, poderão ser usados quaisquer objetos que possuam superfície polida (tampas de lata, pedaços da aeronave), que produzam reflexos contra o sol. Serão usados dirigindo-se esses reflexos na direção de onde vem o ruído de motores, mesmo que não se aviste a aeronave e mesmo em dias nublados.

e. Diversos - Se existirem painéis, deverão ser hasteados e balançados; se houver tinta fosforescente, poderá ser derramada uma pequena quantidade num lago, lagoa ou curso de água, que ela se espalhará rapidamente por uma grande área; o local de permanência deverá ser “desarrumado” o mais possível, procurando quebrar a aparência normal e monótona da vegetação de selva.

4-12. CÓDIGO DE SINAIS VISUAIS TERRA-AR A selva fornecerá o material necessário para a sinalização com base no código de sinais apresentado na Fig 4-10. Seria aconselhável que uma cópia desse Código, em um pequeno cartão, acompanhasse sempre aqueles que, por qualquer motivo, correm o risco de se encontrar em uma situação difícil na selva.

Fig 4-10. Quadro de códigos visuais terra-ar

Texto e Foto - Reprodução

Fonte: Web

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