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"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"

segunda-feira, 19 de março de 2012

Doutor floresta

Científico: exímio conhecedor da flora, seu Luiz também domina o latim.

O mateiro Luiz Fernandes Coelho é o único sem-diploma da seleta equipe de pesquisadores da Unip. No cotidiano da coleta e classificação de plantas da Floresta Amazônica, a ausência de títulos não tem a menor importância. Doutor na prática, seu Luiz, como ele é conhecido, há muito se tornou referência para cientistas do mundo inteiro. Do britânico Prance Ghillean ao americano Douglas Daly, não há botânico de renome que tenha circulado pela floresta nas últimas décadas sem contar com os préstimos do mateiro. Além de conhecer a região e a vegetação como poucos, seu Luiz tem tanta familiaridade com nomes científicos das plantas que costuma deixar os pesquisadores boquiabertos. Termos como malpiguiácea e pitecelobium foram incorporados ao vocabulário do mateiro desde fevereiro de 1955, quando ele foi contratado como assistente de campo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Inpa.

Embora tenha chegado à instituição com as mãos calejadas pelo trabalho em plantações de abacaxi, ele logo tomou gosto pelos estudos, interrompidos involuntariamente em 1939. “No herbário do Inpa tinha um livro antigo, em latim, sobre a flora brasileira”, lembra. “Depois, no convívio com os pesquisadores, posso dizer que conheci um pouco de botânica”, diz, com modéstia. Só no Inpa, onde trabalhou por mais de 36 anos, seu Luiz participou de 30 mil coletas de plantas. O projeto marcante para sua carreira, no entanto, foi o Radar da Amazônia (Radam), que nos anos 70 mapeou os recursos naturais brasileiros, entre eles a flora. “Os rapelistas desciam do helicóptero com motosserras para fazer a clareira onde descíamos”, conta. “Depois, contávamos e classificávamos todas as árvores da área que tinham mais de 35 centímetros de diâmetro.” De volta ao Inpa, seu Luiz ainda trabalhou muito antes de se aposentar, em 1991. “Foi tão triste, até chorei”, lembra. Quatro anos depois, teve seus serviços contratados de novo, dessa vez para atuar no projeto coordenado por Drauzio Varella. Aos 74 anos, seu Luiz tem sete filhos, 13 netos, acaba de comemorar bodas de ouro com a mulher, Dorinha, e ainda acalenta sonhos profissionais: “Tenho certeza de que vamos descobrir alguma substância importante.”


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Texto e Foto - Reprodução

Fonte: /www.terra.com.br/istoe-temp
Fonte: ISTOÉ Online

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