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"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"

sexta-feira, 9 de março de 2012

O estilingue. Muito mais que um brinquedo

Ferramentas interessantes e frequentemente negligenciadas são os estilingues. Fazem sucesso entre a garotada há décadas, por serem simples e divertidos de usar. Por isso podem ser de grande valia em acampamentos com crianças entediadas. No entanto, não são apenas brinquedos. Com um pouco de treino são muito precisos e eficazes. Além disso, são um excelente treino para arqueiria, porque assim como nos arcos primitivos, no estilingue o tiro é instintivo, ou seja, não existe aparelho de pontaria, seu cérebro é quem calcula as trajetórias e ajusta a mira de acordo com o alvo.

Em situações de sobrevivência podem fornecer alimento, na forma de pequenos animais e pássaros. Podem ainda servir para espantar algum animal potencialmente perigoso.

Devido ao seu tamanho pequeno e peso reduzido, podem ser levados na mochila constantemente. Sua munição é farta, pois se encontra espalhada pelo chão.

Existem estilingues industrializados e os feitos em casa, a partir de forquilhas de árvores. A escolha depende das preferências individuais.

Os estilingues comumente vendidos no mercado parecem versões industriais de estilingues clássicos de forquilha, mas existem alguns mais bem feitos, com regulagem para o tamanho do braço do dono, e reforçados com apoio para o braço que propiciam melhor suporte na hora do disparo. Estes permitem que se use elásticos mais potentes que as versões mais simples.

Os estilingues feitos de forquilhas de árvore são os que todos têm em mente quando se fala no assunto, e frequentemente são vistos nas mãos de crianças na roça, devido à sua facilidade de construção. Este da foto foi feito em menos de 20 minutos, durante uma ida à floresta em dia de chuva. Basta adicionar os elásticos.

Falando neles, antigamente era comum o uso de pedaços de camara de ar de pneu, já que borracha era um item relativamente escasso, mas hoje em dia se encontram bons elásticos tubulares em lojas de materiais médicos, e a variação de medidas disponibiliza uma gama de potências para o estilingue.

Mais recentemente, algumas pessoas vêm utilizando elásticos ainda mais poderosos, conhecidos como Thera bands, que são usados como aparelhos de execício em fisioterapia, a cor indicando a resistência do material. Testes na Europa indicaram que um estilingue utilizando alguns tipos de Thera band propiciam disparos com energia equivalente a de uma arma de fogo, atravessando frangos congelados, e quebrando cocos. Realmente um poder surpreendente para o prosaico estilingue!

Nos EUA há ainda adaptações do estilingue para disparar flechas, que fazem relativo sucesso, especialmente em atividades de pesca. Um estilingue comum poderia se prestar a isso com poucas alterações, feitas já na área em que se pretende usá-lo, tornando-o ainda mais versátil.

Quanto à munição, pode ser desde pequenas pedras encontradas pelo chão, esferas de aço de diferentes medidas vendidas especificamente para este fim, ou bolas de gude que são relativamente uniformes e são vendidas a peso, com preço baixo. Há quem use esferas de chumbo, como as usadas nas armas antigas de antecarga. Tudo vai depender da disponibilidade e das preferências individuais.

No período neolítico (8 mil-4 a.C) o Homem já utilizava o estilingues, ou atiradeiras, para lançar bolas de argila e pequenas pedras. Alguns de 6500 a.C, goram encontradas em sítios arqueológicos na Turquia.
Os portugueses conheceram o estilingue na Índia e o trouxeram para o Brasil na época do descobrimento, como arma de arremesso.

Quem disse que estilingue é coisa de criança? O PS-52 é um estilingue sério, possui uma mira laser, e de acordo com o fabricante é perigoso em uma distância de até 75 metros.

Texto e Foto - Reprodução web

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